Quando devidamente ensinada, a capacidade de induzir o estado de hipnose é relativamente fácil de adquirir. No entanto, aprender a usar esta técnica eficazmente dentro de uma perspetiva terapêutica, leva bastante tempo. É certo que não nos basta ensinar aos alunos uma quantidade de ferramentas e técnicas; um dos pontos fortes da LCCH é que dá um conhecimento base das implicações e da estrutura das psicoterapias em geral e da hipnoterapia em particular.
A LCCH adere à filosofia de que todos somos responsáveis pelas nossas emoções, comportamentos, pensamentos e sintomas psicossomáticos. Os modelos e técnicas psicoterapêuticas que ensinamos, permitem que os terapeutas deem uma melhor assistência aos pacientes ajudando-os a compreender e a mudar os seus estados emocionais pouco saudáveis e comportamentos auto-limitativos, em estados emocionais saudáveis e comportamentos de autoajuda.
Também asseguramos que os futuros hipnoterapeutas vão reconhecer e aplicar, dentro de um contexto hipnótico, o tratamento mais apropriado para o seu paciente e para o problema em si. Isto é feito através de estudos clínicos, supervisão pessoal e uma contínua avaliação durante todo o curso. Uma vez feito o curso, vai perceber que adquiriu técnicas com as quais pode aliviar o sofrimento e o desconforto dos outros. É essencial, no entanto, compreender as limitações da hipnoterapia. Estas técnicas de cura requerem uma enorme responsabilidade e cuidado para evitar qualquer dano que possa resultar do seu uso indevido.
Dito de uma forma simples, a hipnose é um estado alterado de consciência. A Hipnoterapia é a utilização desse estado alterado de consciência, ou transe, com um objetivo terapêutico. Isto significa que as pessoas não são tratadas com hipnose mas sim, tratadas no estado de hipnose.
Todos os estados hipnóticos são caracterizados por um estado de relaxamento muito agradável, no qual um indivíduo se permite entrar para que possam ser dadas sugestões benéficas àquela parte da mente conhecida como inconsciente. Sob hipnose, a parte da mente mais consciente e racional é temporariamente deixada em segundo plano, para que o inconsciente, essa parte que influencia as nossas funções físicas e mentais, fique mais recetiva à terapia. Durante o estado de transe hipnótico, o indivíduo fica muitíssimo concentrado no propósito específico de maximizar o seu potencial, mudar convicções e comportamentos limitadores, acedendo a uma maior sabedoria e capacidade de insight. Apesar do estado de hipnose poder ser leve, de meia profundidade e profundo, é o estado de meia profundidade o normalmente usado.
Neste estado, o metabolismo, o ritmo respiratório e os batimentos cardíacos abrandam e o cérebro emite ondas alfa. Os estados de dormir, sonhar e estar acordado podem ser detetados através dos padrões das ondas cerebrais. O estado de hipnose é diferente destes três últimos. As ondas cerebrais associadas a estados de calma e de recetividade são chamadas ondas alfa.
Nos estados alfa, o corpo relaxa gradualmente. Hipnose, meditação, sonhar acordado, estar absorvido na leitura de um livro, ver televisão ou ouvir música, conduzir através de uma estrada conhecida chegando ao destino sem se recordar do caminho, etc. são bons exemplos do estado alfa. O estado de transe é um fenómeno natural. A Hipnoterapia praticada por um terapeuta profissionalmente qualificado e reconhecido, é completamente segura.
A nossa mente inconsciente é um reservatório imenso onde toda a informação que vamos recolhendo ao longo da vida vai sendo guardada: as nossas convicções, hábitos, comportamentos, mas também conhecimentos, sabedoria e forças por vezes desconhecidas. No estado de hipnose, consegue-se aceder ao inconsciente de uma forma natural e eficaz – a chave para libertar todas as nossas potencialidades, mudar os hábitos e comportamentos indesejados e encontrar soluções para os nossos problemas e preocupações.
Quando o indivíduo alcança o estado de transe, o hipnoterapeuta pode usar diferentes métodos terapêuticos, desde as sugestões simples à psicanálise. Por exemplo, o terapeuta pode questionar o indivíduo sobre o seu passado, presente e futuro para procurar as razões do problema. Pode, também, dar sugestões à mente inconsciente para ultrapassar certos problemas tais como a falta de autoconfiança.
A tarefa inicial do terapeuta é a de estabelecer um boa relação de confiança com o paciente – rapport. Isto envolve encorajar o paciente a falar sobre as suas preocupações. Na primeira sessão, o terapeuta passa algum tempo com o paciente para recolher informações sobre o seu historial clínico, tempo este que contribui para criar laços de confiança e segurança entre paciente e terapeuta. Os sentimentos de segurança, conforto e confiança no terapeuta ajudam à indução do transe hipnótico. Os objetivos terapêuticos são delineados e estabelecidos, após o que o terapeuta dá uma explicação completa do que é a hipnose.
É também neste momento que as dúvidas ou mitos sobre a hipnose são esclarecidos. Há muitas maneiras de alcançar o estado de transe. Normalmente o paciente está confortavelmente sentado num cadeirão ou sofá enquanto o terapeuta fala com uma voz suave e tranquila. O paciente pode ser convidado a imaginar ou a visualizar-se a caminhar através de um jardim, a fixar um ponto ou a ouvir a voz do terapeuta. Poderão ser dadas sugestões de relaxamento. Para aprofundar o estado de transe o terapeuta poderá fazer uma contagem descendente pedindo que, ao mesmo tempo, o paciente imagine que desce umas escadas. Vai sentir-se muito relaxado mas consciente do que se passa à sua volta. Para voltar ao estado normal de consciência, o que o paciente pode fazer a qualquer momento por si só, o terapeuta faz uma contagem ascendente. A duração dos tratamentos depende do problema, do sintoma e das circunstâncias do indivíduo. Com algumas pessoas o problema de “roer unhas” pode ser tratado com sucesso numa só sessão. Outros problemas como ataques de pânico podem durar até 5 ou 6 sessões. No decorrer da terapia, de uma forma geral, os pacientes aprendem a auto hipnose, um dos trabalhos de casa essenciais para o sucesso da mesma.
A primeira sessão demora à volta de uma hora e meia e as subsequentes entre uma hora a uma hora e meia. Ninguém pode ser hipnotizado contra a sua vontade. O indivíduo hipnotizado mantém um total controlo sobre as sugestões que lhe são dadas. O objetivo da hipnoterapia é o de recuperar o controlo que se perdeu sobre algo – o problema ou sintoma. Estima-se que aproximadamente 85% da população de todas as fases etárias, respondem à hipnose de uma forma positiva e rápida.